Por Shirley Pacelli
“A felicidade é um muro branco”
John Howard
Conferindo os tuítes dos seguidores do “Rolé- Cultura e Cidadania” me chamou a atenção uma postagem do @f_santos sobre um “papo ruim” do jornalista Ruy Castro sobre grafite e arte de rua. Fui ler a coluna do escritor na Folha de São Paulo, publicada no dia 27 de abril, e me decepcionei imediatamente, a começar pelo título. Com o nome de "Arte" compulsória, o caro senhor já começa mal por aí. Escreve arte entre aspas o que sugere que para ele a ARTE DE RUA (assim, em caixa alta e imponente) não tem gabarito para tal denominação. Além disso, o “compulsória” já define a ideia que ele vai tentar emplacar no percorrer do seu texto: uma arte obrigatória.
Num texto preconceituoso, o Ruy Castro enumera os motivos pelos quais o grafite deveria ficar isolado em instalações. O jornalista ainda consegue, de uma forma negligente, associar a arte de rua à criminalidade. Como formador de opinião os profissionais da imprensa devem ter zelo com o que publicam.
A “coisa”, como ele chama o grafite, é responsável por uma espécie de democratização da cultura. Todos podem ser artistas e todos podem contemplar as obras. Os grafites não “emporcalham” a cidade como este caro senhor afirmou. Eles dão cor às selvas de pedras, onde somente o cinza predomina, como São Paulo.
Os murais da capital paulista, inclusive, atraem turistas. A Vila Madalena é o reduto desta manifestação e vale uma visita. Pena que tem gente da própria cidade que não sabe valorizá-los.
Foi com essa “coisa” de grafite que artistas como “Os Gêmeos” e Eduardo Kobra ganharam reconhecimento e o mundo. Em Belo Horizonte, Dalata e Hyper divulgam o talento mineiro. Além disso, existem pessoas que transformam através do grafite, a exemplo do Tiago Dequete, arte-educador belo-horizontino que conscientiza crianças através do spray.
Sobre não ter o direito de não ver os muros grafitados, questiono ao Ruy Castro: e quem não quer consumir? Como fazer diante de tanta propaganda? Estas sim acabam com o visual de uma cidade.
“A felicidade é um muro branco”
John Howard
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Abhay Charam em intervenção de grafite no Alto Vera Cruz |
Conferindo os tuítes dos seguidores do “Rolé- Cultura e Cidadania” me chamou a atenção uma postagem do @f_santos sobre um “papo ruim” do jornalista Ruy Castro sobre grafite e arte de rua. Fui ler a coluna do escritor na Folha de São Paulo, publicada no dia 27 de abril, e me decepcionei imediatamente, a começar pelo título. Com o nome de "Arte" compulsória, o caro senhor já começa mal por aí. Escreve arte entre aspas o que sugere que para ele a ARTE DE RUA (assim, em caixa alta e imponente) não tem gabarito para tal denominação. Além disso, o “compulsória” já define a ideia que ele vai tentar emplacar no percorrer do seu texto: uma arte obrigatória.
Num texto preconceituoso, o Ruy Castro enumera os motivos pelos quais o grafite deveria ficar isolado em instalações. O jornalista ainda consegue, de uma forma negligente, associar a arte de rua à criminalidade. Como formador de opinião os profissionais da imprensa devem ter zelo com o que publicam.
A “coisa”, como ele chama o grafite, é responsável por uma espécie de democratização da cultura. Todos podem ser artistas e todos podem contemplar as obras. Os grafites não “emporcalham” a cidade como este caro senhor afirmou. Eles dão cor às selvas de pedras, onde somente o cinza predomina, como São Paulo.
Os murais da capital paulista, inclusive, atraem turistas. A Vila Madalena é o reduto desta manifestação e vale uma visita. Pena que tem gente da própria cidade que não sabe valorizá-los.
Foi com essa “coisa” de grafite que artistas como “Os Gêmeos” e Eduardo Kobra ganharam reconhecimento e o mundo. Em Belo Horizonte, Dalata e Hyper divulgam o talento mineiro. Além disso, existem pessoas que transformam através do grafite, a exemplo do Tiago Dequete, arte-educador belo-horizontino que conscientiza crianças através do spray.
Sobre não ter o direito de não ver os muros grafitados, questiono ao Ruy Castro: e quem não quer consumir? Como fazer diante de tanta propaganda? Estas sim acabam com o visual de uma cidade.
Um anônimo em um post por aí disse sobre Ruy Castro: “Seu tempo já foi. Se tranca em casa”. Diante de tanta ignorância, sei não, pode ser uma boa ideia...
É isso aí, Shirley!
ResponderExcluirLiberdade à arte sempre!
Belo texto!
Vida longa ao Rolé, esta bela ideia!
Beijo!
Luisana
Obrigada Luisana! :)
ResponderExcluirEm breve nosso programa estará no ar. Continue acompanhando os bastidores neste blog e nas outras redes sociais.
Bjo
Shirley