Desligamos a televisão e plugamos o computador no Palco Hip Hop ao Vivo
Frio, domingão e você sem grana até para o bus. Tem jeito de salvar o dia? Claro que sim. A resposta é: Palco Hip Hop ONLINE. Isso mesmo! No último domingo, dia 22, lembrada pelos colegas do Twitter do Conexão Vivo, curti diversos shows na telinha do computador. Vá lá que se o Barreiro fosse mais pertinho dava um jeito de ir a pé pra sentir a energia do Hip Hop junto das 5 mil pessoas que marcaram presença no local. Mas, como para mim não é, foi muito massa acompanhar os shows na web.
Das bandas que subiram ao palco, minha atenção se voltou para Zaika, cantora de Contagem, de 23 anos e há treze em carreira. A voz forte, o som com mescla de rap, dub e reggae, aliados a sua presença marcante no palco, me caíram muito bem.
Em seguida, a turma do S.O.S Periferia, velhos conhecidos do público desde a década de 90, provou a que veio e agitou a galera com o novo CD “Metamorfose”, lançado recentemente. E claro, não podia faltar o Duelo de MCs antes da grande atração da noite. Monge Mc fez as honras da casa e mediou a batalha. Alto nível de improvisação e a galera na vibe garantiram o sucesso do duelo. Uma briga de mulheres tentou atrapalhar o movimento, mas a própria plateia atenuou os ânimos exaltados e separou as “barraqueiras”. Um “Zé povinho” também ensaiou uma vaia para um dos participantes, mas a galera reafirmou que o combate tinha como objetivo principal promover a cultura hip hop. Segregação é contra as regras.
Assim, o Palco Hip Hop foi caminhando para o fim. Mas, não terminou por aí! Estava faltando “só mais um maluco” para fechar a noite.
“SÓ DEUS PODE ME JULGAR”
Por Felipe Pedrosa
Fotos: Pretona CUFA BH
Imponente, MV Bill adentrou o Palco Hip Hop e provou porque veio à Belo Horizonte. Mais que um show, o carioca, nascido e criado na Cidade de Deus, dilacerou as ideias com suas rimas fortes e diretas, além de provar que ele bebe da cultura pop, mas a cultura pop não desvaloriza seu trabalho. Isso fica claro depois das suas incursões pela Rede Globo, como em “Malhação” e a Dança dos Famosos, no “Domingão do Faustão”, e o seu recente disco “Causa e Efeito”.
Por falar em programação dominical na televisão, quem desligou a caixa preta e embarcou para o Barreiro ou ligou o computador no canal do @conexãovivo teve a oportunidade de ver MV Bill abrir o show com “Causa e Efeito”, música que dá título ao seu último trabalho e culminou num vídeo clipe que crítica alguns filmes nacionais. Com a certeza que para mudar é preciso mais que um discurso, o cara partiu para a canção “Soldado do Morro” que, se não me falhe a memória, foi o seu primeiro grande sucesso. Narrando a história baseado em diversos fatos reais, MV Bill improvisava alguns versos e permaneceu “Traficando Informações”, do seu disco de estréia, lançado em 2000.
Voltando ao seu recente trabalho e acompanhado da sua irmã Kmila CDD, Bill garantiu que “O Bonde Não Para”. Dessa forma, ele seguiu transitando entre as faixas dos seus quatro discos e permaneceu invicto no palco, movimentando não só o esqueleto do público, mas o cérebro, que recebeu doses cavalares de ideias e pensamentos.
Embora o Conexão Vivo tenha arrasado com a transmissão online, no final um black tomou conta da tela do PC. No Twitter, os seguidores perguntavam o que estava acontecendo e, enquanto isso, apostamos nossas fichas que o MV Bill fecharia o show com a clássica “Só Deus Pode me Jungar”, confirmação que veio minutos depois através de alguns amigos internautas.
Bill passeou por canções dos quatro álbuns da carreira |
Repertório do show:
•“Causa e Efeito”;
•“Soldado do Morro”;
•“Traficando Informação”;
•“O Bonde Não Para”;
•“EMIVI”;
•“Falcão”;
•“L.Gelada – 3 da Madrugada”;
•“Camisa de Força”;
•“Junto e Misturado”;
•“Marginal Menestrel”;
•“Estilo Vagabundo 1”;
•“Só Deus Pode me Julgar”.
ALÉM
A ideia da transmissão ao vivo na rede é uma grande sacada. Assim, quem está longe pode curtir o evento. É dessa fonte que o “Rolé - Cultura e cidadania” bebe. Assim as periferias espalhadas pelo Brasil poderão acompanhar a cultura que movimenta a grande Belo Horizonte. (Shirley Pacelli)
PALCO HIP HOP
A efervescência cultural de Belo Horizonte se reflete na criação de projetos de valorização da cultura da periferia, como o Palco Hip Hop, que realiza integração entre grupos e artistas locais e nomes já consagrados da cena nacional. Tudo isso a partir da criação de um espaço para troca e interação. Além das apresentações artísticas, há oficinas, debates e palestras. Segundo a assessoria de imprensa do Conexão Vivo, uma nova edição do projeto está prevista para acontecer em julho, no Morro das Pedras.(Felipe Pedrosa)
Confira a contagiante apresentação da Zaika no Palco Hip Hop: